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nalgum lugar alguém faz alguma coisa

nalgum lugar (aqui, em versalhes, na horta dos outros) alguém (nós, nesta versão ampliada que também compreende vocês) faz alguma coisa (esta performance). contudo, o momento presente, essa alguma coisa é apenas a ponta de um iceberg bastante robusto, um longo processo composto de diversas candidaturas, negociações, semanas e lugares de trabalho, entre outras.

 

eu queria então me demorar nos locais e semanas de trabalho, aquilo que se convencionou chamar de residência. essa história me deixa cheio de perguntas, de por que ou como chegamos a esse modo de produção de cultura. o conceito de residir, que significa morar, passar um tempo, ficar nalgum lugar, se desloca de um local de moradia para virar espaço de trabalho.

 

será que esse tempo intensivo de elaboração, de dedicação quase exclusiva para chegar nas entranhas dessa alguma coisa implica se tratar de um ofício irregular, de um trabalho movido pela paixão? e quanto ao salto de percepção entre ser desconhecido e perfeitamente integrado nalgum lugar num intervalo de tempo relativamente curto? ou ainda: como dar um aspecto “vai comer já” a uma vida e um modo de trabalho “quer que embrulhe”?

este texto integra a performance

geste de démarrage

realizada junto ao coletivo cohue

quelque part quelqu'un fait quelque chose

du coup, quelque part (ici, à versailles, au potager des autres) quelqu’un (nous, dans cette version élargie qui comprend aussi vous) fait quelque chose (cette performance). pourtant, le moment présent, ce quelque chose, n’est que le bout d’un iceberg assez costaud, un long processus composé de plusieurs candidatures, négociations, semaines et lieux de travail, entre autres.

je voulais, donc, m’attarder sur les lieux et les semaines de travail, ce qu’on appelle les résidences. ça m’interroge pas mal cette histoire, de pourquoi ou comment on est arrivé.e.s à ce mode de production de culture. le concept de résider, qui signifie séjourner, demeurer, rester quelque part, se déplace d’un lieu d’habitation et devient espace de travail.

alors, est-ce que ce temps intensif d’élaboration, de consécration presque exclusive, pour rentrer dans les entrailles de ce quelque chose implique qu’il s’agit d’un travail irrégulier, d’un métier de passion ? & quant au saut de perception entre être inconnu.e et parfaitement intégré.e quelque part dans un intervalle de temps relativement court ? ou encore : comment donner un aspect sur place à une vie et un mode de travail à emporter ?

ce texte intègre la performance

geste de démarrage

réalisée avec le collectif cohue

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